quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O "MONSTRO"

Não acho certo o termo “monstro” para nos referirmos a um ser humano, mas a mídia parece adorar este termo, principalmente quando acontecem casos extremos de violências envolvendo mortes.
É com o título de “O monstro mora ao lado” que a revista VEJA, com edição de 13 de abril de 2011, publicou. Após a revista chamar a minha atenção pela capa vermelha e com este título, me deparei com algo que já tinha visto e que isto seria muito familiar.
A uns dez anos antes, Sandro fez alguns reféns em um ônibus no Rio de Janeiro, no qual foi passado ao vivo para a televisão e a multidão estava um tanto eufórica enquanto ocorria este fato. “Foi uma das ocorrências de violência no Rio de Janeiro mais midiáticas que me lembro”, conta o ex-capitão do Batalhão de operações especiais (BOPE), da polícia militar.
Estou fazendo este link com o seqüestro do ônibus 147, para voltar a um único ponto. A influência da mídia.
A mídia pode nos transformar em “monstros” a qualquer momento bem como pode fazer o contrário, caso esta seja de interesse dos “comandantes da mídia”.
Não estou dizendo que o que Wellington fez tem justificativa e muito menos estou aqui para julgá-lo. Claro, vocês podem pensar o seguinte, “ Ahh, mas o Wagner não estava por perto e caso estivesse, talvez faria o mesmo”.
Seria possível que eu fizesse “justiça com as próprias mãos” antigamente, ja que eu era influenciado pelas mídias facilmente, porém hoje em dia, eu tenho outro pensamento sobre o mundo e acredito que a grande maioria de quem faz social também esteja.
 “[...] em uma escola no Rio foi urdido por uma mente doentia que pretendia “jogar um avião contra o Cristo Redentor”
[...] um dos alunos suplicou ao matador que poupasse sua vida: “Não me mata pelo amor de Deus”. E ouviu do assassino “Fica tranqüilo [...]”
Estes foram os passo a passo que, infelizmente Wellington fez e a mídia adorou exaltar o que ele era. Destaquei em negrito, para ver como podemos chamar um sujeito.
Segundo informações, Wellington sofria de esquizofrenia e poderia ter sofrido bullying em sua infância, conforme destaquei abaixo.
[...] ele preferiu percorrer 33 quilômetros para transformar em palco da sua carnificina, o colégio em que havia estudado – e do qual não guardava boas recordações. [...] não tinha amigos e era alvo de piadas e humilhações na classe.


As condições ambientais que moldaram Wellington estão ai, e resultarão em várias outras tragédias, banais ou não, certamente veremos mais vezes o termo “monstro” publicado pelos jornais, revistas, rádios e televisões. 

Postado por: Wagner

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