quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Protestos, detenções e nada resolvido


Recentemente, em Nova York, ocorreram algumas manifestações como a de “Ocupe Wall Street”, na qual estes manifestantes protestavam contra a “ganância empresarial”, ou seja, contra sistema financeiro dos EUA e exigiam que os empresários gerassem mais empregos e que o governo desse garantias sociais para o povo, afinal, o número de desemprego estava aumentando, na qual até o final de setembro se manteve alta.
 Mesmo que este protesto tenha ligações políticas contra um sistema fraco, é um dever do povo pedir que seus direitos sejam feitos na prática e a meu ver, este é o único modo de conseguirmos o que queremos, através de manifestações. Estou falando de manifestação pacífica e não de quebra pau, onde um grupo de policiais atacam os manifestantes e os mesmos revidam, ou vice e versa. 
Escrevi este texto, para relatar outra manifestação que ocorrera, diferentemente da descrita anterior.
 Talvez você não lembre, mas recentemente, em diversos distritos de Londres, tivemos vários protestos, inclusive havendo saques, depredações, incêndios em automóveis e incêndios contra estabelecimentos comerciais, de grande ou de pequeno porte, sem fazer distinção.



São muitos analistas que, vivendo dentro da ideologia dominante, ou seja, da classe rica que, centram os seus trabalhos e artigos em condenar a violência provocada, reduzindo a um simples “problema violento”.
Porém , outros analistas procuram tentar entender as causas que provocaram estas revoltas e pesquisam mais a fundo.
 De acordo com os manifestantes que procederam com esse movimento, este protesto iniciou após uma manifestação política realizada no dia 6 de agosto de 2011 contra o assassinato de Mark Duggan, que fora morto por policiais.
Manifestantes informaram que Mark era uma pessoa de boa índole, adorava cuidar dos filhos e não tinha envolvimento com o crime.
Mas há também uma controvérsia nas informações, na qual a polícia informou que Mark Duggan tinha envolvimento com atividades ilegais e, que estava sob vigilância já a alguns dias que, quando fora abordado dentro de um taxi, ele reagiu e ocorreu a troca de tiros.
Políticos e especialistas que tentaram explicar, através de teorias alternativas, os motivos da revolta davam suas versões culpando as patologias dos desordeiros, bem como faltando valores morais e eram inerentes criminais.
 Segundo o site New Scientist, estas teorias traduzem uma solução conveniente. “A curto prazo, não tente argumentar com os manifestantes, mas use uma vara grande para reprimi-los; a longo prazo, olhar para a doença dentro de suas comunidades que os transformou em bestas amoral.”, ou seja, a abordagem de culpar as patologias dos manifestantes, a curto prazo, pode servir o interesse dos que têm autoridade, porém a longo prazo, é pouco provável que esta solução funcione. Isto só deixa a questão de quais comunidades são disfuncionais e de que maneira.
 Pelo que conseguimos pesquisar, para os manifestantes, o assunto é muito mais sério, pois há numerosos relatos de que o governo simplesmente “despreza as raízes sociais do problema”, gerando assim, um desconforto para com a sociedade. Manifestavam suas frases como “Queremos reconhecimento” e “Não nos escutam, apenas nos reprimem”.
 “As pessoas não devem duvidar de que faremos tudo para repor a ordem nas ruas”. (DAVID CAMERON, primeiro ministro do Reino Unido) que classificou os manifestantes de “doentes”. Houve registros de saques, embates entre manifestantes e policiais, e de objetos públicos, como lixeiras incendiadas.
 Analisando esta situação, os dois lados se defendem como podem, defendendo o que é de seu interesse. Mesmo que um dos lados esteja errado, no qual acredito que não existe certo e errado, nem verdadeiro ou falso.
 Acredito que os governos e suas entidades dêem uma olhada para a sociedade e veja o motivo de suas manifestações, pois ninguém sai a toa para protestar por algo, caso isto não esteja o incomodando.

Postador por: Wagner

4 comentários:

  1. Não podemos esquecer da fortes manifestações estudantis no chile e também na própria PUCR$
    Nós, jovens, passamos por um momento ressaca pós-repressão ditatorial, mas agora voltamos a gritar o por que viemos e o que queremos.
    Em todo o mundo veem ocorrendo manifestações, ocupações de reitorias, resgates de diretórios acadêmicos... O sistema econômico chegou ao seu limite de exploração e opressão!!!
    Apesar do sentimento de niilismo produzido pelo discurso hegemônico capitalista, nós tememos, mas lutamos pelo nosso futuro.
    Carine Capra Ramos

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  2. ótimo post do Wagner e ótimo comentário da Carine! Acho que esse tema tem muito a ver com a nossa disciplina. Na medida em que se simplificam os movimentos sociais, produz-se alienação! Enquanto psicólogos e cidadãos, precisamos de consciência crítica!

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  3. Realmente Carine.
    Esqueci de comentar sobre as manifestações ocorridas aqui na PUC, no qual lutamos pelas mudanças e acreditamos estar fazendo a coisa certa.
    Conforme aprendemos, o sistema tem que estar sempre em ordem e desordem, ou seja, necessitando de mudanças e, quem pode mudar isso seremos nós (cidadãos) através de manifestações, informando o povo sobre o motivo desta estar ocorrendo. Mas um fato importante, como a Vanessa falou, é que a mudança não pode ser apenas da boca para fora e sim internamente pois precisamos de "consciência crítica" e sabermos pelo que nós estamos lutando.

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  4. Carine, discordo que o sistema tenha chegaod ao seu limite de exploração e opressão, essas são caracteristicas que são mascaradas na maioria das vezes, e em agumas, escancaradas. Como por exemplo, uma cidade no interior de SP (se não me enganos, ou RJ) em que o prefeito proibiu os manifestos da população contra a prefeitura, acusada de desvio de verbas ou alguma outra falcatrua. Quanto aqui na PUCRS, escrevo esse comentário logo após imprimir minha "defesa" para a sindicância que a instituição instaurou - após prometer não fazê-lo - para "esclarecer os fatos" que aconteceram nas manifestações do semestre passado. Acontece que tirando 2 ou 3 membros do DCE, todos os demais estudantes são dos protestantes. Também a mídia distorceu os fatos. Além do mais, a instituição prometeu deslegitimar a atual do DCE nesse mês de novembro se não houvessem novas eleições para o mesmo, o que não aconteceu, muito menos vai acontecer. Outro exemplo de opressão foi a prisão dos bombeiros no RJ, eles tiveram sorte da repercussão positiva que o acontecimento teve na mídia.
    O que está acontecendo é de se tentar vencer essa exploração e opressão, mas ela ainda existe e ainda é muito forte, não podemos nos enganar quanto a isso.

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