sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Reflexão



“ Eu tenho que rever muitos conceitos e refletir sobre muitas ações”, este foi o pensamento que
ficou na minha cabeça durante os quase 5 minutos deste vídeo, durante o dia a dia as pessoas estão
muito ocupadas consigo mesmas, e não por mal, mas ás vezes acabam esquecendo o real valor das
coisas, da pessoa ao seu lado, encarando os problemas como se fossem algo imenso, por mais que
ás vezes sejam algo simples.


Às vezes esquecemos que não estamos sozinhos no mundo, que o que não queremos ou
não aproveitamos é o maior presente que alguém pode ganhar, ou que alguém nunca teve a
oportunidade de ter, que poderíamos rir da maioria de nossos problemas se estivéssemos na
situação de muitos, que por muitas vezes são esquecidos.


Nossos problemas por menores e mais insignificantes que sejam ao serem olhados por nossos
olhos se tornam imensos, é hora de nos conscientizar, abrir nossos olhos para a realidade global e
social e olhar para o próximo, ao invés de cuidarmos apenas de nossas necessidades ignorantes.


Postado por: Pedro

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Espelho - SNJ (Somo Nós a Justiça)


OUÇA, REFLITA, PENSE E EVOLUA 





Vinicius

A sociedade zumbi



       Até que ponto nossos valores e desejos são realmente nossos? Até que ponto nossa própria consciência e sensibilidade criam nossos planos e desejos, valores e razões para a nossa existência? Somos bombardeados com valores impostos, pelo inconsciente e pelo emocional pelo instinto de disputa ou pela insegurança social. Por acaso somos imunes ao assédio de televisão, rádio, internet, jornais, revistas usados para criar desejos e influenciar o comportamento e a mentalidade humana?
O que realmente nos aliena é a mídia, que constrói um estilo de vida perfeita que as pessoas acatam e a sociedade aceita.
       É preciso se questionar para perceber como reproduzimos os comportamentos sociais nas nossas relações pessoais, em nossos valores, desejos e objetivos de vida. E o quanto perdemos com isso, no turbilhão de sentimentos em conflito, na adaptação da consciência,e nas relações com o mundo.

Vinicius 

E se fosse ao contrário, poderia ser apenas por um minuto?

Consciência social é a forma na qual o homem lida com as regras que regem a sua vida e é o que organiza e dá sentido ao que é vivido coletivamente, ou seja, organizando e dando sentido à vida social ou ao viver em sociedade. 
Na teoria é assim, agora na prática é muito diferente. Porque vivemos em uma sociedade muito individualista e o imediatismo está cada vez mais presente, como podemos observar nesse vídeo as pessoas não acreditam que uma cadeira de rodas está estacionada em um lugar “impróprio”, pois existem lugares específicos para cadeirantes e idosos na maioria dos estacionamentos. Mas quem respeita esses lugares? Que teoricamente seria apenas para essas pessoas com limitações. 
Muitos dizem: - Ah, é só por um minuto. Mas e se fosse ao contrário? É o que o vídeo mostra, procurando de alguma forma passar para as pessoas que consciência social é o pensamento sociável, o pensar no outro, não só em você mesmo. 


Vinicius 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Protestos, detenções e nada resolvido


Recentemente, em Nova York, ocorreram algumas manifestações como a de “Ocupe Wall Street”, na qual estes manifestantes protestavam contra a “ganância empresarial”, ou seja, contra sistema financeiro dos EUA e exigiam que os empresários gerassem mais empregos e que o governo desse garantias sociais para o povo, afinal, o número de desemprego estava aumentando, na qual até o final de setembro se manteve alta.
 Mesmo que este protesto tenha ligações políticas contra um sistema fraco, é um dever do povo pedir que seus direitos sejam feitos na prática e a meu ver, este é o único modo de conseguirmos o que queremos, através de manifestações. Estou falando de manifestação pacífica e não de quebra pau, onde um grupo de policiais atacam os manifestantes e os mesmos revidam, ou vice e versa. 
Escrevi este texto, para relatar outra manifestação que ocorrera, diferentemente da descrita anterior.
 Talvez você não lembre, mas recentemente, em diversos distritos de Londres, tivemos vários protestos, inclusive havendo saques, depredações, incêndios em automóveis e incêndios contra estabelecimentos comerciais, de grande ou de pequeno porte, sem fazer distinção.



São muitos analistas que, vivendo dentro da ideologia dominante, ou seja, da classe rica que, centram os seus trabalhos e artigos em condenar a violência provocada, reduzindo a um simples “problema violento”.
Porém , outros analistas procuram tentar entender as causas que provocaram estas revoltas e pesquisam mais a fundo.
 De acordo com os manifestantes que procederam com esse movimento, este protesto iniciou após uma manifestação política realizada no dia 6 de agosto de 2011 contra o assassinato de Mark Duggan, que fora morto por policiais.
Manifestantes informaram que Mark era uma pessoa de boa índole, adorava cuidar dos filhos e não tinha envolvimento com o crime.
Mas há também uma controvérsia nas informações, na qual a polícia informou que Mark Duggan tinha envolvimento com atividades ilegais e, que estava sob vigilância já a alguns dias que, quando fora abordado dentro de um taxi, ele reagiu e ocorreu a troca de tiros.
Políticos e especialistas que tentaram explicar, através de teorias alternativas, os motivos da revolta davam suas versões culpando as patologias dos desordeiros, bem como faltando valores morais e eram inerentes criminais.
 Segundo o site New Scientist, estas teorias traduzem uma solução conveniente. “A curto prazo, não tente argumentar com os manifestantes, mas use uma vara grande para reprimi-los; a longo prazo, olhar para a doença dentro de suas comunidades que os transformou em bestas amoral.”, ou seja, a abordagem de culpar as patologias dos manifestantes, a curto prazo, pode servir o interesse dos que têm autoridade, porém a longo prazo, é pouco provável que esta solução funcione. Isto só deixa a questão de quais comunidades são disfuncionais e de que maneira.
 Pelo que conseguimos pesquisar, para os manifestantes, o assunto é muito mais sério, pois há numerosos relatos de que o governo simplesmente “despreza as raízes sociais do problema”, gerando assim, um desconforto para com a sociedade. Manifestavam suas frases como “Queremos reconhecimento” e “Não nos escutam, apenas nos reprimem”.
 “As pessoas não devem duvidar de que faremos tudo para repor a ordem nas ruas”. (DAVID CAMERON, primeiro ministro do Reino Unido) que classificou os manifestantes de “doentes”. Houve registros de saques, embates entre manifestantes e policiais, e de objetos públicos, como lixeiras incendiadas.
 Analisando esta situação, os dois lados se defendem como podem, defendendo o que é de seu interesse. Mesmo que um dos lados esteja errado, no qual acredito que não existe certo e errado, nem verdadeiro ou falso.
 Acredito que os governos e suas entidades dêem uma olhada para a sociedade e veja o motivo de suas manifestações, pois ninguém sai a toa para protestar por algo, caso isto não esteja o incomodando.

Postador por: Wagner

O "MONSTRO"

Não acho certo o termo “monstro” para nos referirmos a um ser humano, mas a mídia parece adorar este termo, principalmente quando acontecem casos extremos de violências envolvendo mortes.
É com o título de “O monstro mora ao lado” que a revista VEJA, com edição de 13 de abril de 2011, publicou. Após a revista chamar a minha atenção pela capa vermelha e com este título, me deparei com algo que já tinha visto e que isto seria muito familiar.
A uns dez anos antes, Sandro fez alguns reféns em um ônibus no Rio de Janeiro, no qual foi passado ao vivo para a televisão e a multidão estava um tanto eufórica enquanto ocorria este fato. “Foi uma das ocorrências de violência no Rio de Janeiro mais midiáticas que me lembro”, conta o ex-capitão do Batalhão de operações especiais (BOPE), da polícia militar.
Estou fazendo este link com o seqüestro do ônibus 147, para voltar a um único ponto. A influência da mídia.
A mídia pode nos transformar em “monstros” a qualquer momento bem como pode fazer o contrário, caso esta seja de interesse dos “comandantes da mídia”.
Não estou dizendo que o que Wellington fez tem justificativa e muito menos estou aqui para julgá-lo. Claro, vocês podem pensar o seguinte, “ Ahh, mas o Wagner não estava por perto e caso estivesse, talvez faria o mesmo”.
Seria possível que eu fizesse “justiça com as próprias mãos” antigamente, ja que eu era influenciado pelas mídias facilmente, porém hoje em dia, eu tenho outro pensamento sobre o mundo e acredito que a grande maioria de quem faz social também esteja.
 “[...] em uma escola no Rio foi urdido por uma mente doentia que pretendia “jogar um avião contra o Cristo Redentor”
[...] um dos alunos suplicou ao matador que poupasse sua vida: “Não me mata pelo amor de Deus”. E ouviu do assassino “Fica tranqüilo [...]”
Estes foram os passo a passo que, infelizmente Wellington fez e a mídia adorou exaltar o que ele era. Destaquei em negrito, para ver como podemos chamar um sujeito.
Segundo informações, Wellington sofria de esquizofrenia e poderia ter sofrido bullying em sua infância, conforme destaquei abaixo.
[...] ele preferiu percorrer 33 quilômetros para transformar em palco da sua carnificina, o colégio em que havia estudado – e do qual não guardava boas recordações. [...] não tinha amigos e era alvo de piadas e humilhações na classe.


As condições ambientais que moldaram Wellington estão ai, e resultarão em várias outras tragédias, banais ou não, certamente veremos mais vezes o termo “monstro” publicado pelos jornais, revistas, rádios e televisões. 

Postado por: Wagner

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pseudo-Consciência, Total Alienação

Atualmente tenho lido principalmente em redes sociais, assuntos e idéias vistos com a lente do Politicamente Correto.
Pode parecer chatice ou falta de paciência da minha parte, mas o que digo aqui são exemplos de alienação e falta de consciência social.
Certo dia, apresentei um amigo homossexual a uma pessoa próxima, conversamos, trocamos idéias e fomos embora. Quando essa pessoa voltou pra casa e encontrou seu marido, começou logo a dizer o quanto o “bixinha” era querido.
- Nossa, ele é um amor, é “bixinha”, mas como é queridinho e educado.
Fiquei muito surpresa quando ouvi isso e na hora, até soltei uma risada, mas fiquei pensando o quão ridículo foi aquele comentário. Parecia que a pessoa estava dizendo que o sujeito em questão tinha um grande defeito, mas em compensação tinha outras qualidades.
Outra situação que já presenciei e esta é ainda mais comum, é quando, por exemplo, em um estabelecimento comercial uma vendedora te atende, mas tu não compra nada. Em outro momento tu retorna à loja pra efetuar o negócio, aí te perguntam:
- Lembra quem te atendeu?
- Foi uma “moreninha”, alta e de cabelos compridos.
É difícil lembrar o nome dos vendedores e até acredito ser de praxe dar as características físicas do mesmo, mas acho incrível como as pessoas têm medo ou receio de dizer uma característica da pessoa, uma característica obviamente mais notável do que o comprimento dos cabelos e que não é mentira e nem ofensa.
Penso da mesma forma que na situação do meu amigo homossexual, para algumas pessoas, parece que o negro tem um grande problema em ter nascido negro, e as pessoas chamam de “moreno” pra tentar amenizar esse “defeito”.
Aí penso na questão do politicamente correto, a impressão que tenho é que, agindo da forma que estas pessoas agiram nas duas situações citadas, elas estão sendo corretas, que não estão ofendendo ninguém e que estas atitudes são certas.
Acredito que essa alienação tem muito a ver com a consciência social. É necessário que nós todos tenhamos noção de que as pessoas são diferentes em muitos aspectos, mas não acho necessário tratar estas diferenças como sendo algo anormal.
Será mesmo que no imaginário das pessoas, um homossexual deve ser tratado como “queridinho”, pra compensar um defeito que ele tem? Ou será que todo o negro deve ser chamado de “moreno” pra amenizar uma característica fenotípica que lhe parece anormal?
Essa idéia de politicamente correto não me parece “correta” nestes aspectos que citei. Vejo como uma noção deturpada do que realmente é correto e do que realmente é consciência social.

Postado por: Lisiane

terça-feira, 18 de outubro de 2011

HOMELESS PEOPLE

"Nos últimos dez anos tenho estado intensamente envolvida com mulheres que não têm um teto; gente que nos Estados Unidos é chamada de "Homeless People" [moradores de rua], um modo de categorizá-la e esquecê-la. Tenho feito todo tipo de atividade com essa mulheres que se tornaram minhas amigas. Dirijo grupos de recuperação para mulheres que foram violentadas ou obrigadas a praticar incesto. Dirijo ainda grupos de recuperação para viciadas em álcool e drogas. Vou ao cinema com elas, faço refeições com elas, passeio com elas. Durante os últimos dez anos entrevistei centenas de mulheres. Durante esse tempo encontrei apenas duas que não haviam sido submetidas a incesto quando meninas ou violentadas quando jovens. Desenvolvi uma teoria de que, para a maioria dessas mulheres, "lar" é um lugar muito amedrontador; um lugar de onde fugiram. Os abrigos em que as encontrei foram os primeiros lugares onde muitas delas encontraram segurança, proteção ou conforto na comunidade de outras mulheres.
[...] As mulheres pobres sofrem terríveis violências sexuais que dificilmente são registradas oficialmente. Em decorrência de sua classe social, essas mulheres não têm acesso à terapia ou a outros métodos de cura. O abuso contínuo destrói a sua auto-estima e as conduz às drogas, à prostituição, AIDS e, em muitos casos, à morte. [...] Escrevi este texto para elas; para seues espíritos extraordinários; para mulheres que não vemos, que sofrem e que necessitam de nós."
ENSLER Eve. Os Monólogos da Vagina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

Aqui no Brasil também chamamos de moradores de rua as pessoas que estão nas ruas. Aqui no Brasil também as categorizamos e esquecemos. Aqui também não as vemos. Bem, vemos distorcidamente. Vemos como drogados, vagabundos, alcoolátras, etc. Vemos essas pessoas como merecedoras do lugar onde estão (ou onde não estão), como uma escolha que elas mesmas tiveram, as vemos como algo normal. Normatizamos a questão de existirem pessoas sem um lar, passando dificuldades. O que nós não vemos é que são PESSOAS, que têm HISTÓRIAS DE VIDA. Não vemos a violência que sofrem ou sofreram. Não vemos a fome que sentem. Não vemos o frio que sentem... Como a professora Vanessa disse em uma aula, normatizamos os problemas sociais para não nos desacomodarmos, para não nos sentirmos responsáveis por eles.
Bem como a autora disse, essas pessoas não têm acesso à terapia, por que teriam se não existem para nós, ou melhor, se existem e estão onde deveriam estar? Um morador de rua é um morador de rua, não há porque ajudá-lo, não há porque se importar. Se espera que um morador de rua saiba se virar sozinho. Existem psicólogos que cobram uma fortuna por uma consulta que nem mesmo pessoas que têm casa, comida, emprego, dinheiro, etc. podem pagar. Quem dirá essas pessoas. É muito bonito o discurso do psicólogo que quer se formar ou que se formou para ajudar pessoas... Mas só se essas pessoas tiverem dinheiro.
Claro que nos fomamos, nos tornamos profissionais e devemos cobrar pelo nosso serviço prestado... Mas paralelo a isso não pode se fazer um trabalho voluntário?
Não faz muito tempo atrás, em uma aula de Social, eu e a Dani Viau estavámos falando sobre como o trabalho voluntário é desvalorizado pela maioria das pessoas. Acredito que esse é mais um discurso no qual a maioria da sociedade vive, de que trabalho voluntário é bobagem, que quem trabalha de graça é relógio; ou então que não há tempo para isso. Sendo que como a Dani - que faz trabalho voluntário - disse, o trabalho voluntário faz um bem enorme pra quem está ali, ajudando pessoas. REALMENTE AJUDANDO PESSOAS, na minha humilde opinião...

Ps: Acho que não preciso explicar onde se encontram a conscientização e a alienação nesse texto.

Jéssica Fagundes.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SOCIEDADE x POLÍCIA x BANDIDO

"Somos uns 150 homens, aproximadamente. Sempre que se quis aumentar esse número, deu merda. Não é fácil ingressar no BOPE. Isso eu posso garantir. Não é para qualquer um. Temos um puta orgulho do uniforme preto e do nosso símbolo: a faca cravada na caveira. Os marginais tremem diante de nós. Não vou iludir você: com os marginais, não tem apelação. À noite, por exemplo. não fazemos prisioneiros. Nas incursões noturnas, se toparmos com vagabundo, ele vai pra vala. Sei que essa política não foi correta. Agora, não tem mais jeito. A gente mata ou morre. Antes da implantação dessa política, há muitos anos, o marginal se rendia, quando se via inferiorizado. A ordem de atirar para matar, não admitindo rendição de bandido, acabou provocando um efeito paradoxal: aumentou a resistência deles e a violência contra a polícia.
Com isso, cresceu muito o número dos autos de resistência seguidos de morte [...]. Por outro lado, multiplicaram-se os assassinatos cometidos contra policiais. Por vingança. Essa espécie de vingança ainda  mais doentia, dirigida a toda uma corporação. Espelho da vingança que nós mesmos praticávamos, às vezes contra uma favela inteira. O sangue é um veneno. quanto mais se derrama, mais fertiliza o ódio. E a roda não pára de girar. No final, todos pagamos a conta, a começar pela sociedade. Foi um insanidade aquela política. E agora? Os herdeiros da loucura somos nós. O jeito é atirar mais rápido para não morrer. Os políticos e os acadêmicos que discutam o sexo dos anjos."
BATISTA, André. Elite da Tropa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.

Estava relendo algumas partes do livro Elite da Tropa porque sabia que reencontraria nele questões que remetem ao assunto do blog: conscientização x alienação. Aliás, aconselho a leitura a todos que gostaram do filme Tropa de Elite, pois o mesmo foi baseado nas histórias verídicas desse livro. E o livro é tão bom quanto o filme... Talvez melhor.
Depois que vimos em aula o documentário Ônibus 174, achei necessário comentá-lo, então percebi que o link entre o livro Elite da Tropa, o filme Tropa de Elite e o documentário Ônibus 174 daria um bom post.
Explicando melhor: Os três contam histórias do dia-a-dia da guerra civil que há no Rio de Janeiro. Histórias comuns quando ocorrem dentro das favelas (como vemos em Elite da Tropa e Tropa de Elite), mas que se tornam trágicas aos olhos da mídia e, consequentemente, da sociedade quando ocorrem fora delas (como vemos em Ônibus 174).
Falando mais especificamente do livro Elite da Tropa: Eu adoro demais ele! Verdade. Muito bem escrito por três ex-BOPEs (Luiz Eduardo Soares, André Batista e Rodrigo Pimentel), apesar de eu acreditar que lá no fundo eles nunca deixam de ser BOPE, parece ser uma religião para eles ou algo acima disso, envolve honra e heroísmo. Pelo menos é assim que eles parecem pensar, e não tenho intenção de julgar esse pensamento.
A minha intenção é falar sobre algumas coisas que eu pensei e senti lendo esse livro.

Se eu pudesse definir Elite da Tropa em uma palavra, "chocante" seria óbvia demais, é uma palavra esperada (lembrando que o livro se equipara tranquilamente ao filme), então, minha palavra seria: AMBÍGUO. Não pelo livro ser ambíguo, pois não é, mas por nos sentirmos ambíguos o lendo.
As histórias do livro me fizeram, em diferentes momentos:
1 - Odiar os bandidos.
2 - Odiar os policiais.
3 - Odiar os políticos.
4 - Achar que todos somos vítimas.
5 - Achar que todos somos culpados.
6 - Odiar a (nossa) hipocrisia da sociedade.
Agora, tendo aulas sobre o Paradigma do Complexo de Edgar Morin e sendo incumbida de falar sobre o assunto do blog, me surgiu um novo pensamento.
7 - SOMOS TODOS ALIENADOS.
Sim, todos alienados a sua maneira.

Os policiais corruptos começam a se corromper nas coisas mais simples, menores (que não são tão menores assim), não percebem o verdadeiro papel que estão exercendo, a importância de seus atos. Quando se dão conta, já estão negociando com traficantes, executando ou mandando executar pessoas, metidos em guerras com os inimigos, traindo aliados, etc. Muitos se arrependem e querem voltar atrás, mas dificilmente conseguem sair do esquema, há sempre ameaças e chantagens, algo que vemos muito bem no filme Tropa de Elite.
Com os bandidos não é muito diferente, vão entrando no mundo do crime aos poucos, começam jovens, para sustentar a família, para se alimentar e se vestir, começam a usar drogas quando crianças sem nem ter noção do que é droga,  e raramente conseguem sair dessa situação bem, saem cedo, mortos, como vemos em Ônibus 174.
O BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro) segue uma política violenta que foi politicamente implantada para acabar com a violência, mas é claro, o efeito foi inverso e a violência aumentou confirmando o velho chavão "violência gera mais violência".
O autor do trecho (André Batista) falou das mortes  por ódio e vingança, disse que "o sangue é um veneno" e finaliza dizendo que todos nós "pagamos a conta". A polícia, os bandidos, a sociedade.
"Os políticos e os acadêmicos que discutam o sexo dos anjos". Esse último comentário diz onde nós estamos. Não estamos nem queremos estar a par de toda essa violência diária, de todas essas mortes que acontecem em vão. O livro fala de RJ, mas essa chacina urbana acontece em todos os lugares e é ignorada por nós, que fingimos que não vemos ou que realmente não vemos.
Estamos todos alienados sobre essa realidade, sobre como e porque chegamos a esse ponto, não sabemos todos os lados dessa história, não sabemos como, pelo menos, reduzir tanta violência. Boa parte de nós acha ótimo que a polícia mate os vagabundos. Os bandidos acham ótimo matar policiais. E nessa guerra muita gente morre.

Essa guerra corrompe e mata muita gente. E nós vemos? Nós damos importância?

Jéssica Fagundes.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A SOCIEDADE ALIENADA E O SOCIAL

    Bem, pessoal, esse texto expressa uma opinião muito minha que tem algo sobre o social, a alienação e a sociedade...

    Acredito que as pessoas se deparam com questões sociais quando se sentem ofendidas, prejudicadas ou humilhadas, e que na maior parte do tempo estão alienadas dentro de seu próprio mundo. Seus estudos, seu trabalho, sua família, seus amigos, seus pertences.
    Então, de alguma forma o social entra na redoma de vidro onde nós seres humanos estamos desde que nossa espécie deixou de viver comunitariamente passando a viver individualmente. Um bom exemplo é quando somos assaltados (algo que aconteceu comigo recentemente), os ladrões armados ameaçam atirar em você e roubam coisas suas que você trabalhou para obter. Você fica revoltado com o marginal e etc. Você diz que o aumento da criminalidade é um problema social. E você vai dizer qual acredita ser a solução para esse problema.
    Existem várias soluções teóricas que as pessoas criam para cada um problema social, enumerarei algumas que já ouvi para o problema "criminalidade":
  1. Matar todos os bandidos.
  2. Pena de morte.
  3. Prisão perpétua.
  4. Controle de natalidade.
  5. Redução da maior idade penal.
  6. Extinção ou modificação dos Direitos Humanos.
  7. Extinção ou modificação do Conselho Tutelar.
  8. Modificação da Constituição Federal.
    Ou qualquer outro método que, na maioria das vezes é punitivo e/ou radical.
    Nós culpamos políticos, segurança pública e marginais, e não estamos errados. Mas o que raramente acontece é o seguinte: esquecemos (e muitos não sabem) que também somos responsáveis. Deparamo-nos com um problema social sem nos darmos conta de que na maior parte do tempo o ignoramos e que assim o alimentamos. Não fazemos nada para frear ou diminuir a corrupção política, para melhorar a segurança pública, a saúde pública, a educação pública e o apoio à cultura; fatores que certamente diminuiriam a criminalidade (incluindo os crimes ambientais e os de colarinho branco, que são quase que totalmente ignorados pela Justiça e pelo povo). Depois de algum tempo tudo volta ao normal, novamente na redoma de vidro. Vemos notícias sobre diversos problemas sociais que são vistos como "normais" no nosso país.
    A sociedade somos nós e se NÓS não fizermos nada, quem fará? Como diversos problemas sociais vão ser amenizados? Os problemas sociais são nossos, não podemos ficar parados, alienados, mas, incrivelmente, é exatamente isso o que fazemos. Cultivamos nossa alienação e somos incentivados pela mídia a continuarmos assim: "compre seu carro", "adquira sua casa", "morte aos bandidos", "esse país não tem jeito", "os políticos safados vão continuar roubando", "os países desenvolvidos são melhores", "está na hora da novela e depois tem reality show". Somos inconscientemente (na maior parte do tempo) e conscientemente (em espaços menores de tempo) HIPÓCRITAS. E assim seguimos...

Postado por: Jéssica Fagundes.